sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ANDAMENTO OBRAS COPA 2014 – FORTALEZA/CE


Fortaleza já definiu o seu plano de investimentos para a Copa do Mundo de 2014. Técnicos ligados ao município e ao estado irão entregaram à prefeita Luizianne Lins (PT) e ao governador Cid Gomes (PSB), um projeto orçado em R$ 9,2 bilhões. Os gastos serão para obras de infraestrutura, incluindo o Castelão, estádio escolhido para representar a capital cearense, que deve custar R$ 400 milhões.


Segundo Ferruccio Feitosa secretário estadual de Esporte, muitas das obras necessárias para credenciar Fortaleza já estão em andamento com quase R$ 5 bilhões garantidos em obras como o metrô, construção de avenidas novas, alargamento de pistas, reforma do Aeroporto Internacional Pinto Martins, etc.

Apesar de os investimentos previstos abrangerem diversos pontos, o grande foco será na área de transportes. Fortaleza pretende construir linhas de veículos leves sobre trilhos (VLT) para agilizar a movimentação da população entre as principais áreas da cidade, como o aeroporto e o estádio Castelão.

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, deixou claro para todas as cidades que a prioridade da Fifa é com a questão dos transportes, principalmente aeroportos.

A reforma do aeroporto internacional de Fortaleza, no entanto, deverá ficar a cargo do governo federal, por meio da Infraero. A estimativa é que sejam consumidos R$ 525 milhões em obras, com previsão de término em abril de 2014.

Os investimentos para as outras obras devem ser diluídos entre as três esferas públicas e também levantados por meio de parcerias público-privadas (PPPs).

A reforma do Castelão, projeto do escritório Vigliecca & Associados, pretende também revitalizar o bairro do Passaré, em Fortaleza. Estádio terá 66 mil lugares, estacionamento, centro olímpico, piscina e ginásio multiuso, além de geração de energia eólica.

Custo: R$ 452,2 milhões
Contrato: PPP (concessão por oito anos)
Construtora: Consórcio Galvão, Serveng e BWA

A reforma do Castelão será concluída em dezembro de 2012, começa a contagem regressiva para o início das obras do estádio Castelão. Com a homologação da licitação realizada na última sexta-feira, dia 29 de outubro, o secretário do Esporte do Estado, Ferruccio Feitosa se reuniu nesta quarta-feira (3/11) com representantes da Galvão Engenharia e das secretarias estaduais da Fazenda (Sefaz) e de Infraestrutura (Seinfra) para fechar os últimos detalhes necessários para a assinatura do contrato.

De acordo com Ferruccio Feitosa, o processo segue agora para atender os prazos e exigências formais necessárias para a execução da primeira Parceria Público-Privada do Estado. “Estamos trabalhando para concluir a instalação da Sociedade de Propósito Específica (SPE), conforme exige a Lei”, afirma. O secretário estadual do esporte destacou ainda que fixou, junto ao Consórcio vencedor, a data entrega da obra em dezembro de 2012, com a perspectiva de participar da Copa das Confederações. “Estamos fixando o prazo em 24 meses de obra. Para isso, serão utilizadas execuções em até três turnos", garante.

Segundo Jorge Valença, diretor comercial da Galvão Engenharia, o cronograma de execução será elaborado “de trás para frente”. “Estamos programando o calendário da obra priorizando o prazo final de entrega”, explica. Dessa forma, a obra será iniciada com as demolições necessárias, conforme será indicado no projeto executivo, e pela retirada da cobertura metálica do Castelão, que ganhará uma nova estrutura cobrindo 100% da arquibancada.

Para acompanhar todo o processo, serão realizadas reuniões semanais onde a Secretaria do Esporte do Estado, juntamente com outras secretarias vinculadas ao projeto, acompanhará de perto o andamento do processo junto ao consórcio Arena Multiuso Castelão, composto pelas empresas Galvão Engenharia S/A, Serveng Civilsan S/A e BWA Tecnologia de Informação LTDA. Com os recursos financeiros 100% assegurados pelo BNDES e Tesouro Estadual, a obra do estádio está orçada em R$ 452 milhões.

Detalhes do projeto
Entre as melhorias que serão realizadas no estádio Castelão para receber os jogos da Copa do Mundo Fifa Brasil de 2014 está a ampliação da capacidade de público de 59 mil para 66.700 mil lugares, colocando Fortaleza como a única do Nordeste com capacidade para sediar uma semifinal, já que o exigido pela Fifa é de 60 mil pessoas. Em relatório oficial, a Fifa afirmou que o projeto do Castelão está apto para este fim, tendo em vista o detalhamento dos espaços descritos e a qualificação das áreas, especialmente de atletas, hospitalidade, VIP e imprensa.

Outro ponto do projeto é a aproximação da área que separa o acesso dos torcedores sentados nas cadeiras inferiores do gramado. Com a reforma, essa distância cairá dos atuais 40 para 21 metros. Também serão realizadas mudanças nas cabines de imprensa, camarotes, vestiários, túneis de acesso ao campo, e nas cadeiras do estádio, que serão retráteis, entre outros pontos. Além disso, o estádio contará com um novo estacionamento para 1750 veículos.

O estádio receberá também uma nova coberta que protegerá 100% dos torcedores de sol e chuva e irá ajudar substancialmente a qualidade da imagem das transmissões televisivas. Além disso, serão construídos um restaurante, mídia center, área de hospitalidade, lounge e área VIP. Todas as mudanças atendem às exigências do caderno de encargos da Fifa.

Como diferencial aos demais, o projeto do Castelão traz o uso de energia limpa com a instalação de duas turbinas eólicas e a implantação de banda larga, suprimento de 22 MVA (Megavoltampere) de carga no estádio e no entorno, onde o Governo estima investir R$ 41,7 milhões."

Fontes:

O Povo

Verdes Mares

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ferramentas de Gerência de Qualidade

Faremos aqui neste post uma breve explanação sobre as ferramentas utilizadas no PMBOK para gerência de qualidade. No tópico sobre gráficos de controle, nós preferimos demonstrar 2 (dois) gráficos utilizados em metodologias ágeis como SCRUM.

Diagramas de Causa e Efeito

O diagrama de causa e efeito é uma ferramenta gráfica utilizada para o Gerenciamento e o Controle de Qualidade (CQ) em processos diversos de manipulação das fórmulas. Este sistema permite estruturar hierarquicamente as causas potenciais de determinado problema ou oportunidade de melhoria, bem como seus efeitos sobre a qualidade dos produtos. Permite também estruturar qualquer sistema que necessite de resposta de forma gráfica e sintética.

O diagrama pode evoluir de uma estrutura hierárquica para um diagrama de relações, uma das sete ferramentas do Planejamento de Qualidade ou Sete Ferramentas da Qualidade por ele desenvolvidas, que apresenta uma estrutura mais complexa, não hierárquica.

Os diagramas “Por quê-Por que” e “Como-Como” podem ser usados na análise de causa e efeito. Os diagramas de causa e efeito também são usados na análise de risco.



Fluxogramas

Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma representação esquemática de um processo, muitas vezes feita através de gráficos que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos que o compõem. Podemos entendê-lo na prática, como a documentação dos passos necessários para execução de um processo qualquer. Ferramenta muito utilizada em fábricas e industrias para a organização de produtos e processos

No PMBOK a criação de fluxogramas é usada durante o processo Realizar o controle da qualidade para estabelecer as etapas do processo que não estão em conformidade e identificar oportunidades potenciais de melhoria do processo. A criação de fluxogramas também é utilizada na análise de riscos.


Histograma

Um histograma é um gráfico composto por retângulos justapostos em que a base de cada um deles corresponde ao intervalo de classe e a sua altura à respectiva freqüência. Cada coluna representa um atributo ou uma característica de um problema ou situação. A altura de cada coluna representa a freqüência relativa da característica. Essa ferramenta ajuda a identificar a causa de problemas em um processo pela forma e amplitude da distribuição.


 
Gráfico de execução

Os gráficos de execução mostram tendências em um processo, variações, degradações ou melhorias ao longo do tempo. Ele pode ser usado para monitorar:

• DESEMPENHO TÉCNICO. Quantos erros ou defeitos identificamos e quantos permanecem sem correção?

• DESEMPENHO DE CUSTOS E PRAZO. Quantas atividades por período foram concluídas com variações significativas?

 
Amostragem Estatítisca

Amostra é o conjunto de elementos extraídos de um conjunto maior, chamado População. É um conjunto constituído de indivíduos (famílias ou outras organizações), acontecimentos ou outros objetos de estudo que o investigador pretende descrever ou para os quais pretende generalizar as suas conclusões ou resultados.

Para um amostragem estatística é retirada como base uma pequena amostra para um todo, um breve exemplo é quando se realiza um exame de sangue para saber todas as propriedades do sangue é necessário somente uma pequena amostra deste sangue.

Em um projeto muitas vezes se faz necessário uma vasta variedade de técnicas de amostragem para que se garanta que a amostra selecionada realmente represente a população de interesse.

Principais razões para se trabalhar com uma amostra:

- A população é infinita, ou considerada como tal, não podendo portanto ser analisada na íntegra;

- Custo excessivo do processo de recolha e tratamento dos dados, como resultado da grande dimensão da população ou da complexidade do processo de caracterização de todos os elementos da população;

- Tempo excessivo do processo de recolha e tratamento dos dados, conduzindo à obtenção de informação desatualizada;

- As populações são dinâmicas, de onde resulta que os elementos ou objectos da população estão em constante renovação, de onde resulta a impossibilidade de analisar todos os elementos desta população;

- Recolha de informação através de processos destrutivos (que, se aplicada exaustivamente, conduziria à completa destruição da população);

- Inacessibilidade a alguns elementos da população, por diversas causas.


Inspeção

Como o próprio nome diz a ferramenta inspeção trata-se de avaliar um produto de trabalho examinando todos os processos cuidadosamente, verificando se o trabalho que foi realizado esta realmente conforme foi solicitado e documentado. Essa inspeções são comumente chamadas de revisões ou auditorias, pois encontram defeitos durante todo o trabalho e validam reparos dos defeitos.

A importância desta ferramenta esta diretamente ligada ao sucesso do projeto, pois é possível realizar inspeções em qualquer nível incluindo medições dos trabalhos.


Revisão de solicitações de mudanças aprovadas

Esta ferramenta é essencial para o prosseguimento do projeto, devido há mudanças que comumente ocorrem durante o andamento do trabalho, é necessário realizar revisões periódicas nas mudanças já aprovadas para obter a confirmação que as mudanças aprovadas realmente foram implementadas conforme aprovação.

Diagrama de Pareto

O Diagrama de Pareto torna visivelmente clara a relação ação/benefício, ou seja, prioriza a ação que trará o melhor resultado. Ele consiste num gráfico de barras que ordena as freqüências das ocorrências da maior para a menor e permite a localização de problemas vitais e a eliminação de perdas.

Como fazer o diagrama de Pareto?
Alguns passos importantes:
1. Determine o tipo de perda que você quer investigar;
2. Especifique o aspecto de interesse do tipo de perda que você quer investigar;
3. Organize uma folha de verificação com as categorias do aspecto que você decidiu investigar;
4. Preencha a folha de verificação;
5. Faça as contagens, organize as categorias por ordem decrescente de freqüência, agrupe elas que ocorrem com baixa freqüência sob denominação “outros” e calcule o total;
6.Calcule as freqüências relativas, as freqüências acumuladas e as freqüências relativas acumuladas.

Diagrama de Dispersão

Um diagrama de dispersão serve para saber se existe alguma correlação (forte, fraca, moderada, positiva, negativa, etc.) entre duas variáveis. Ele é usado em processos para se acompanhar a evolução de uma variável em relação a um ou mais limites existentes.




Gráficos de Controle

Neste tópico mostraremos o gráfico Burndown e o Burnup.
BURNDOWN: Um gráfico burndown mostra o quanto resta de iteração do Sprint. É usado como principal ferramenta de acompanhamento da iteração. O eixo de X representa os dias do Sprint. Já o eixo Y representa as tarefas. Geralmente representada em horas ou dias ou pontos de histórias. O burndown de release mostra quantos pontos de história restam no product backlog depois de cada Sprint. Com burndown podemos saber se estamos atrás ou à frente do cronograma, para que possamos tomar providências o quanto antes e adaptar.





BURN UP: Um gráfico burnup pode mostrar mais informações do que um gráfico burndown, porque tem uma linha que mostra quanto o trabalho está no projeto como um todo (o escopo de trabalho). O gráfico burnup apresenta trabalho entregue até atual momento para prever se a data de lançamento será cumprida. Resumindo, temos informações de quanto a equipe esta trabalhando para final do Sprint.

Questões de Gerência de Qualidade

1 – O que é qualidade?
É o grau com que um conjunto de características inerentes atende aos requisitos.

2 – Quais são os padrões de qualidade mais relevantes para gestão de projetos?
• ISO

• Deming

• Juran

• Crosby

• Gerenciamento da qualidade total (GQT)

• Seis Sigma

• Análise de modos e efeitos de falha

• Voz do cliente

• Custo da qualidade (CDQ)

3 – Como medir a qualidade?
Utilizando métricas de qualidade que verificam se o desempenho está dentro do prazo, fazendo um controle de orçamento, verificando a frequência de defeitos e a taxa de falhas, além de analisar a disponibilidade, confiabilidade e cobertura dos testes.

4 – Como garantir a qualidade?
Através de auditoria dos requisitos de qualidade e dos resultados das medições de controle da qualidade para garantir que sejam usados os padrões de qualidade e definições operacionais apropriados.
5 – Como controlar a qualidade?
Através de monitoramento e registro dos resultados da execução das atividades de qualidade para avaliar o desempenho e recomendar as mudanças necessárias.
6 – Qual o foco da gerência da qualidade?
Descrever os processos envolvidos no planejamento, monitoramento, controle e na garantia de que o projeto satisfará os requisitos de qualidade especificados.

7- Qual o relacionamento da gerência da qualidade com as outras gerências do PMBOK?
A gerência da qualidade afetará diretamente as gerências responsáveis por seguir o planejamento do projeto. Pois para manter a qualidade é necessário que se tenha um controle mais rígido dos processos que envolvem o projeto. Para que se tenha qualidade é preciso fazer análises e testes, isso com certeza aumentam o tempo do cronograma e consequentemente os custos do projeto.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

PodCast Gerência de Projetos



Este PodCast mostra parte de como está sendo feito a gerencia de projeto de uma empresa de GPS que está expandindo internacionalmente. Neste PodCast tratamos dos processos do gerenciamento do tempo de projeto que a mesma utiliza seguindo o PMBOK.

Comentário sobre Palestra de Governança de TI


Governança de TI 
Conceitos básicos de Governança de TI e a sua importancia para os negócios
Texto Baseado na palestra de Governança de TI – 14/10/2010

DEFINIÇÃO BÁSICA

Governança de TI (Tecnologia da Informação) é uma derivação de Governança Corporativa, termo que tem hoje grandes aplicações no mundo dos empresarial. O conceito de governança corporativa surgiu nos Estados Unidos e na Inglaterra no final dos anos 90 e está relacionado à forma como as empresas são dirigidas e controladas. É a designação dos direitos de decisão em domínio de resoluções relevantes. Isso significa que as empresas precisam saber quem toma as decisões e quais os processos pelas quais essas decisões são tomadas. Não vale para qualquer atitude adotada numa companhia, deliberações sem grande relevância. Vale para decisões importantes, de grande valor para as organizações.

Governança de TI são estruturas de relacionamentos e processos para dirigir e controlar a organização no alcance de seus objetivos. Agregar valor a esses objetivos. Ao mesmo tempo, equilibrar os riscos em relação ao retorno da tecnologia de informação e a seus processos. São estruturas e processos que buscam garantir que a Tecnologia da Informação suporte e leve os objetivos e estratégias da organização a assumirem o seu valor máximo. Permitem controlar a execução e a qualidade dos serviços. Viabilizam o acompanhamento de contratos internos e externos. Definem, enfim, as condições para o exercício eficaz da gestão com base em conceitos consolidados de qualidade.

NEGÓCIOS EM TRANSFORMAÇÃO

A Governança de TI ganha força no atual cenário de competitividade do mundo dos negócios. Um mundo onde é cada vez maior a necessidade de adoção pelas áreas de TI de mecanismos que permitam estabelecer objetivos, avaliar resultados, examinar, de forma detalhada e concreta se as metas foram alcançadas. A experiência mostra que os antigos manuais de procedimentos utilizados pelas organizações já não atendem mais aos requisitos das empresas. No passado, era uma simples questão de gestão e organização. Arrumava-se a organização, indicavam-se as funções e as questões eram resolvidas por gestão.

Hoje, não é mais possível resolver as coisas dessa maneira. O turbulento ambiente empresarial, que se apóia na tecnologia, vive em constante mutação e exige formas mais ágeis e flexíveis de gerenciamento. Os negócios estão em transformação. A Tecnologia da Informação, igualmente, está em processo de mudança. Por isso, ao invés de se prescrever as decisões em manuais como se fazia no passado é necessário designar poderes de decisão da melhor maneira possível. Internamente, a governança visa designar os direitos de decisão nas questões de real valor tendo por fim atingir os objetivos de negócio.

Dentro dessa ótica, governança de TI nada mais é do que uma estrutura bem definida de relações e processos que controla e dirige uma organização no atual cenário de forças econômicas em extrema competição. O foco é permitir que as perspectivas de negócios, de infra-estrutura de pessoas e de operações sejam levadas em consideração no momento de definição do que mais interessa à empresa, alinhando a tecnologia da informação à sua estratégia.

MOTIVAÇÕES INTERNAS: MAXIMIZAÇÃO DOS INVESTIMENOS

A adoção acelerada de processos de gestão de infra-estrutura nas empresas, dentro do conceito de Governança de TI, tem como principal motivação, internamente, a cobrança crescente sobre as responsáveis pelas operações de tecnologia da informação quanto à maximização do uso dos investimentos já realizados. O apelo faz sentido. Nos últimos anos, os investimentos em TI cresceram de maneira dramática. Em 2003, os gastos mundiais com infra-estrutura de TI atingiram US$ 1 trilhão. Nos Estados Unidos e Europa, segundo o instituto de pesquisas Gartner Group, as empresas investem, em média, cerca de 4% de sua receita em TI. No Brasil, a média de investimento foi de 4,9% do faturamento líquido das empresas, contra 1,23% registrado em 1988, informa um levantamento efetuado pela Fundação Getúlio Vargas. Por trás de tamanha dedicação na aplicação dos recursos financeiros em TI está a preocupação das empresas em melhorarem seus processos operacionais, reduzirem custos, aumentarem a eficiência de seus funcionários, aperfeiçoarem a relação com fornecedores, parceiros e clientes. É fato que com a contínua evolução da infra-estrutura empresaria de TI, incluindo a tarefa de gerenciar soluções heterogêneas de diferentes fornecedores, organizações de TI têm hoje mais dificuldade do que nunca de manter os custos operacionais sob controle. Elevada complexidade de gerenciamento é uma das principais razões pelas quais organizações de TI têm sido forçadas a aumentar dramaticamente seus orçamentos e equipes, dedicando até entre 70% a 80% de seus recursos disponíveis para manter sistemas e aplicações existentes. Como mostra o quadro abaixo, mesmo uma redução modesta nos custos operacionais pode liberar recursos significativos para novos serviços e capacidades.


No final de contas, trata-se de ocupar mais espaço no mercado, com mais lucratividade. Mas apesar desse esforço, um fato é inegável: poucas são as empresas que conseguem saber, efetivamente, qual o retorno que esses investimentos têm trazido. A maioria das empresas está ainda carente de mecanismos que possam gerenciar e controlar a utilização de TI de maneira a criar valor e trazer retornos consistentes à organização. A estratégia de implantação dos princípios de governança de TI buscar superar essa carência e criar formas de controlar e quantificar os resultados das otimizações. Estudo realizado pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) com 250 empresas em 23 países revelou que as empresas com governança de TI melhor do que a média conseguem um retorno pelo menos 20% maior sobre seus bens do que as organizações com uma governança mais fraca. Ou seja, as empresas mais lucrativas são as que implementaram, de alguma forma, as modernas práticas de governança de TI.

MOTIVAÇÕES EXTERNAS: EXIGÊNCIAS LEGAIS – A LEI SARBANES-OXLEY

A Governança de TI surgiu num quadro de preocupações crescentes com a governança corporativa, decorrente de escândalos administrativos em empresas de grande expressão. Em 2 de dezembro de 2001, a gigante norte-americana do setor energético Enron, com faturamento superior a US$ 100 bilhões, entrou em falência. Deu início a uma série de escândalos corporativos (Tyco, Global Crossing, Qwest, Merck, Halliburton, Lucent, Vivendi, Xerox e Parmalat entre outras) que colocou na ordem do dia questões como ética nos negócios, transparência, governança corporativa, conflitos de interesse entre acionistas e gestores das corporações, conflitos de interesse entre acionistas minoritários e os controladores, conflitos de interesse entre as corporações e a sociedade. Por fim, colocou em xeque os sistemas de gestão até então vigentes.

A governança surgiu nesse cenário visando garantir o componente ético da organização, representado por seus diretores e outros funcionários, na criação e proteção dos benefícios para todos os acionistas. Como alcançar isso de forma clara. O mercado reagiu à onda de escândalos com várias iniciativas, próprias ou derivadas de leis que obrigam a uma maior transparência da gestão. O Acordo de Basiléia II, em 2001, voltado para aspectos financeiras e de transparência das empresas, e a Sarbanes-Oxley Act, de 2002, com leis voltadas para definição de critérios de governança, criaram regras que se espalharam pelas organizações e chegaram até as áreas de TI. Sarbanes-Oxley tem artigos diretamente voltados para a área de TI, que faz parte da governança corporativa.

Considerada por muitos como uma espécie de caixa preta, a área de TI tem suas ações pouco conhecidas dentro das organizações. Na maioria das empresas, não existe alinhamento das estratégias de TI com as estratégias de negócios. É um setor com enorme quantidade de recursos, linguagem própria, de difícil entendimento pela organização. Só um novo sistema de gestão pode trazer esse conhecimento mais amplo dos objetivos de TI. Apenas com novas práticas de governança será possível fazer a adequação de TI com a estratégia de negócios das organizações. No Brasil, esse é um movimento que começou com as filiais das empresas estrangeiras, mas tende a se ampliar para as empresas nacionais de maior porte.